Rua Eneida de Moraes (Jardim Carioca) - CEP: 21920-230


Eneida de Villas Boas Costa de Moraes (ou, às vezes, creditada simplesmente Eneida), jornalista e escritora paraense, nasceu em Belém do Pará a 23.10.1903.
Em 1930, fixou residência no Rio de Janeiro, onde faleceu a 27.04.1971.
Eneida foi uma mulher que contestou os padrões instituídos ao papel feminino de sua época, transitando em redutos considerados masculinos: a redação de jornais, a publicação de livros e a célula partidária - mecanismos que ela utilizou para o exercício de sua militância em 50 anos de atuação no cenário político e jornalístico-literário brasileiro (1920-1970).
A abrangência desse período pode ser dividida em três momentos: 1920-1930, época em que a escritora residia em Belém do Pará, sua terra natal, e ingressa oficialmente no jornalismo colaborando, entre outros, nos jornais "O Estado do Pará" e "Para Todos" (RJ) e nas revistas "Guajarina", "A Semana" e "Belém Nova"; participa também de vários grupos e associações de intelectuais (Belém e Rio de Janeiro); e publica o livro "Terra Verde". 1930-1945, período em que fixa residência no Rio de Janeiro e filia-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB) engajando-se no ativismo revolucionário dos anos 30, aderindo ao discurso proletário quando este se fez uma motivação radical. Declaradamente marxista, contestou o poder constituído participando de movimentos de reivindicações sociais e de agitação e propaganda comunista, produzindo uma escritura panfletária veiculada em volantes e jornais de células; envolveu-se diretamente nas revoluções de 1932 e 1935, o que resultou em prisões, torturas, clandestinidade e exílio.
Presa em 1935, foi mandada para a Casa de Correção do Rio de Janeiro por causa da sua militância política. Graciliano Ramos a imortalizou em "Memórias do Cárcere".
Em 1945-1970, fase caracterizada por uma "escrita consentida", atuou como jornalista profissional em periódicos partidários e da grande imprensa, nas funções de repórter e de cronista, entremeando essas atividades com a publicação de 11 livros e várias traduções.
Escreveu "História do Carnaval Carioca", a primeira grande obra sobre este assunto, que estabeleceria as principais categorias do Carnaval brasileiro ao definir o conceito de cordões, corso, ranchos, sociedades e entrudo, entre tantos outros. Foi criadora do baile de pierrô no Rio de Janeiro e em Belém.
As escolas de samba Salgueiro, em 1973, com o tema "Eneida, amor e fantasia"; e Paraíso do Tuiuti, em 2010, com "Eneida, o pierrô está de volta", homenagearam a jornalista no Carnaval.

Fonte: Com informações da Universidade Federal do Pará (UFPA), texto de Eunice Ferreira dos Santos; e da Wikipedia
Foto: Arquivo UFPA



PRINCIPAL