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Haroldo Lobo nasceu em 22 de julho de 1910 no Rio de Janeiro, em uma família de músicos. O pai, Quirino, tocava flauta e violão, e seu irmão Osvaldo (Badu) era compositor e baterista. Iniciou seus estudos musicais (teoria e solfejo) na escola da América Fabril.
Desde os 13 anos, compunha sambas para o Bloco do Urso. Trabalhou como guarda na polícia de vigilância, empregando-se posteriormente na América Fabril.
Em 1934, teve sua primeira música gravada, "Metralhadora", cujo texto fazia alusão à "Revolução Constitucionalista", feita em parceria com Donga e Luís Meneses, lançada por Aurora Miranda. Neste mesmo ano, lançou o samba "De madrugada", com Vicente Paiva, também gravado por Aurora Miranda. Compôs vários sambas em parceria com Milton de Oliveira, um dos quais "Juro" obteve prêmio da Prefeitura do antigo Distrito Federal no Carnaval de 1938, tendo sido lançado com sucesso por J.B. de Carvalho. Para os Carnavais de 1940-1941, lançou "O passarinho do relógio" e "O passo do canguru", as duas em parceria com Milton de Oliveira, trazendo em ambas uma temática que se tornou característica de sua produção, letras envolvendo animais. As duas músicas foram gravadas por Aracy de Almeida, sendo que a segunda chegou a ser gravada nos EUA com o título de "Brazilian Willy", lançada também por Carmen Miranda em 1942. Em 1941, destacou-se com
o lançamento de "Alá-lá-ô", uma parceria com Nássara, gravada por Carlos Galhardo.
Em 1942, lançou "Emília", parceria com Wilson Batista, gravada por Vassourinha e, "A mulher do leiteiro", com Milton de Oliveira, gravada por Aracy de Almeida. Nos anos de 1943-1944, também na linha de comentário social, lançou "Que passo é esse, Adolfo?", com Roberto Roberti e, "As ruas do Japão", com Cristóvão de Alencar, em cujas letras satirizava práticas peculiares ao eixo beligerante, Alemanha e Japão respectivamente.
Em 1946, venceu mais uma vez o concurso de músicas carnavalescas com a marcha "Espanhola", uma parceria com Benedito Lacerda, lançada por Nelson Gonçalves.
Haroldo Lobo era folião dos mais animados e preparava suas músicas de Carnaval com muito cuidado e grande antecedência. Sua dedicação resultava sempre em um grande sucesso popular para cada ano de folia. Dentre estes, destacam-se "O passo da girafa", com Milton de Oliveira, lançado em 1949 por Aracy de Almeida.
Em 1951, o êxito veio com "O retrato do velho", cuja letra comentava a prática instituída pelo Estado Novo (e sustentada pelos governos posteriores), que recomendava a colocação de retratos do presidente nas paredes das repartições públicas. Feita em parceria com Marino Pinto, compositor que sempre teve admiração pelo presidente Getúlio Vargas, esta marcha, na qual a volta do líder ao poder foi simbolizada no retorno do retrato à parede, foi gravada com enorme sucesso por Francisco Alves. A marcha só não foi apreciada pelo próprio Getúlio, que detestava ser considerado velho.
Em 1961, mais um grande sucesso com "Índio quer apito", com Milton de Oliveira, uma das composições que mais renderam direitos autorais. Seu último grande sucesso foi "Tristeza", feito em parceria com Niltinho, lançado em 1965 por Jair Rodrigues e que acabou sendo executada, a partir de 1967, em todo o mundo, transformando-se em sua única música internacionalmente reconhecida.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1965.

Fonte: Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira
Foto: http://musicariabrasil.blogspot.com

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