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Jaime Ovalle, nascido Jayme Rojas de Aragón y Ovalle (Belém-PA, 5 de agosto de 1894 - Rio de Janeiro, 9 de setembro de 1955), foi um compositor, poeta e instrumentista brasileiro.
Na infância e adolescência, influenciado pela irmã, estudou bandolim, violão e piano. Por volta de 1914, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Costumava frequentar os bairros cariocas da Lapa, Glória, Largo do Machado, bebendo com amigos nos cafés Lamas, Central ou Suísso, redutos de intelectuais e jornalistas, que madrugavam nas redações. Seu estilo era muito elogiado por Sinhô e Pixinguinha, parceiros de boêmia.
Aproximou-se do meio intelectual carioca e se tornou amigo íntimo de Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Sérgio Buarque de Holanda e Manuel Bandeira. Em meados da década de 1930, com a ajuda do amigo Carlos Drummond de Andrade, foi nomeado pelo ministro Gustavo Capanema para um posto na Delegacia do Ministério da Fazenda, em Londres. Anos depois, nos EUA, conheceu a poetisa Virgínia Peckan, por quem se apaixonou. No início dos anos 1950, casaram-se no mosteiro de são Bento. Da união nasceu Mariana.
No Rio de Janeiro, suas composições costumavam ser apresentadas para um grupo seleto de artistas e intelectuais na casa do poeta Augusto Frederico Schmidt, geralmente executadas pelo pianista Mário Neves. Mesmo tendo composto uma obra de caráter "erudito", deixou temas que se popularizaram, justamente por serem inspirados nas raízes brasileiras. Sua música mais famosa é "Azulão", em parceria com o poeta Manuel Bandeira, com quem também assinaria "Modinha", igualmente muito solicitada em concertos. Ambas foram gravadas pela cantora Maria Lúcia Godoy em seu primeiro LP, "Poemas de Manoel Bandeira musicados por...", de 1968, editado pelo Museu da Imagem e do Som e produzido por Ricardo Cravo Albin, que, aliás, também escreveria um longo artigo sobre Ovalle na segunda metade dos anos 1970, publicado no suplemento literário do jornal "O Estado de São Paulo". Nas décadas de 1920 e 1930, a casa do maestro Villa-Lobos se tornou um ponto de referência para a classe artística carioca. Lá, chorões e sambistas se encontravam para compor, conversar e beber.
Nessa época, Ovalle trocou o violão pelo órgão. Grande parte de sua obra nunca chegou a ser apresentada formalmente em concerto. Compôs suas músicas no exterior e publicou-as por conta própria pela Casa Arthur Napoleão. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Música.

Fonte: Wikipedia e Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira
Foto: http://lituraterre.files.wordpress.com

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