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Nicolau Cesarino, mais conhecido por Max Yantok, foi um dos grandes caricaturistas da primeira metade do século XX no Brasil. Entrou para o time de colaboradores do "Tico-Tico" em 1910. Homem de múltiplos talentos, além de quadrinista e caricaturista, foi também tradutor, intérprete, contador, engenheiro, jornalista, poeta, mágico. Participando de uma companhia lírica, viajou o mundo.
Algumas fontes atribuem a Yantok a criação do termo "urucubaca", para se referir ao azarado presidente Hermes da Fonseca. Segundo Rosalina Zorzi, em correspondência ao Guia dos Quadrinhos, e confirmado pelo próprio bisneto do artista, Frederico Cesarino, Yantok nasceu em Soledade, RS, em 29 de janeiro de 1879. Filho do italiano Giovanni Cesarino com a filha do pajé, Maurícia, nome dado por Giovanni pela dificuldade de pronúncia do nome indígena.
Conta-nos Frederico Cesarino que, "logo cedo, o Yantok foi estudar na Itália, e por conta do facismo regressou ao Brasil, casado com a Senhora Amélia Maulaz, nascida na Suíça". No Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro.
A origem do nome "Max Yantok" é explicada pelo bisneto do artista: "Yantok é um bastão filipino usado para açoitar as pessoas. Max era um nome que ele gostava muito, tanto é que colocou o nome de seu filho de João Max". Além de Max Yantok, teve outros pseudônimos, como Max Cesarino, Ketno e Mefisto.
Diz Ezequiel de Azevedo que o artista era fluente em 11 idiomas, sendo o tradutor durante os anos 1930 do material da King Features Syndicate. Realizou 13 exposições e publicou cerca de 45 livros infantis.
Seu melhor trabalho, no entanto, é como desenhista. Começou sua carreira em jornais italianos e, em 1908, foi contratado pela editora O Malho. Nas HQs, tinha um traço voltado ao humor, com personagens de cabeças grandes e olhos amalucados. Vê-se certa influência das HQs da época, como Winsor McCay e seu "Little Nemo". De acordo com Lucchetti (2005), "construiu sua obra mais duradoura, compondo tipos pitorescos, vagabundos, andarilhos, sem família, sem lar, desprovidos de qualquer bem material e, muitas vezes, famintos. Através deles, Yantok fez uma crítica a nossa sociedade cruel, onde alguns tudo possuem e outros não têm nem mesmo o mínimo para matar a fome". Seu trabalho tinha estilo inconfudível. Além do carismático Kaximbown e seu assistente Pipoca, criados em 1911 para "O Tico Tico", criou também "Pistolão", "Sábado" e "Barão de Rapapé". Posteriormente criou "Pandareco, Parachoque e Viralata". Também estão entre suas criações "João Cascudo" e "Gordo Chico Bombo".
No ano de 1956, já idoso, tinha problemas em publicar suas ilustrações, consideradas "ultrapassadas" pelos editores, como nos conta Marcos A. Lucchetti. Nesse ínterim, foi contratado pela Ebal, realizando histórias de uma página, principalmente na "Capitão Z - Segunda Série", onde desenhou histórias longas como "Os truques de D. Pára-choque". Nos seus últimos anos, publicou HQs pelos Diários Associados.
Aposentou-se em 1962. De acordo com a Folha de S. Paulo publicada na época, faleceu no Rio, em 2 de outubro de 1964.

Fonte: Guia dos Quadrinhos, texto de Erico Molero
Foto: Guia dos Quadrinhos



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