Rua Paramopama (Ribeira) - CEP: 21930-110

(antigo Caminho dos Cajueiros)


Paramopama é o nome do principal rio da cidade de São Cristóvão (SE). Theodoro Sampaio (1855-1937) - engenheiro baiano que trabalhou na construção da Estrada de Ferro da Bahia e presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e fundador do Instituto Histórico Geográfico de SP -, na obra "O Tupi na Geografia Nacional" (1987), considera o termo "paramopama" uma derivação corrompida do tupi "pará-mo-pama, o mar feito bravo o mar embravecido". Armindo Guaraná, no "Glossário Etimológico dos Nomes da Língua Tupi na Geografia do Estado de Sergipe" (1916), decompõe o termo de modo diferenciado e explica que pará = por; pira = peixe; mapoan = enganar: o peixe enganou". Ao longo dos séculos sua grafia variou; paramopama já foi paramopamba, piramopama e paramopana.
Em "Notícia Topográfica da Província de Sergipe" (1826), o padre Ignácio Antonio Dormundo escreve que o Paramopama "nasce na estrada das pedras moles distante da cidade duas léguas. Para o norte vai unir-se ao Vaza-barris no lugar chamado Barra da cidade, três léguas de sua nascença. Perde suas águas unindo-se às salgadas na engenhoca da Prata, nunca seca".
Já no "Dicionário Descritivo do Império do Brasil" (1845), de Jean Claude-Rose de Milliet de Saint-Adolphe, consta que "o ribeirão da Província de Sergipe [o Rio Paramopama] vem dos montes que servem de limites à província de Goiás, rega a Província de Sergipe e a cidade de São Cristóvão".
Para Luiz Carlos Silva Lisboa, na "Corografia do Estado de Sergipe" (1897), informa que o Paramopama "nasce no morro Santa Cruz do Bernardo, banha a cidade de São Cristóvão, desembocando no rio Vaza-barris".
Numa resenha, Manoel dos Passos de Oliveira Teles corrige o autor: "o diminuto afluente da margem esquerda do Vasabarris [...] tem mais de meia légua de curso; e o que faz célebre é banhar a ex-capital de Sergipe e formar alagados soberbos para as salinas".
Embora Oliveira Teles revele a existências das salinas, hoje extintas, ele nada acrescenta sobre a nascente.
Por último, Mario da Veiga Cabral, na "Corografia do Brasil" (1916), informa que "nasce em uma gruta no oiteiro das Pedras, encontrando o Vaza Barris pela margem esquerda". Assim como a "estrada das pedras moles", o oiteiro das Pedras não constitui referência para população de São Cristóvão.
Ao tratar do Rio Paramopama, em agosto de 2007, Dora Ariza Gusmán, representante da Unesco, disse que o meio ambiente se acha casado com o patrimônio cultural em São Cristóvão. São indissociáveis. Por isso, o parecer discutido em julho do ano corrente na 32ª. Convenção do Comitê do Patrimônio Mundial, em Quebec, Canadá, recomendou um projeto de saneamento básico para a cidade que tem tudo para ser Patrimônio da Humanidade, depois da absolvição dos crimes ambientais.
Até abril de 1932, a via se chamava Caminho dos Cajueiros, em função do árvore local, planta da família Anacardiaceae (Anacardium occidentale), originária do Nordeste do Brasil.
Na natureza existem dois tipos: o comum (ou gigante) e o anão. O tipo comum pode atingir entre 5 e 12 metros de altura, mas em condições muito propícias pode chegar a 20 metros. O tipo anão possui altura média de 4 metros.
Seu fruto, a castanha de caju, tem uma forma semelhante a um rim humano; a amêndoa contida no interior da castanha, quando seca e torrada, é popularmente conhecida como castanha-de-caju. Prologando-se ao fruto, existe um pedúnculo (seu pseudofruto) maior, macio, piriforme, também comestível, de cor alaranjada ou avermelhada; é geralmente confundido como fruto. Designado como pedúnculo ou pseudofruto, esta estrutura amadurece colorido em amarelo e/ou vermelho e varia entre o tamanho de uma ameixa e o de uma pera (5-11 cm). Tem, ainda, os nomes científicos de Anacardium microcarpum e Cassuvium pomiverum.
Sua madeira, durável e de coloração rosada é também apreciada. As flores são especialmente melíferas e têm propriedades tônicas, já que contêm anacardina. Da seiva produz-se tinta. A raiz tem propriedades purgativas.

Agradecimento ao Prof. Jaime Moraes, por parte das informações
Fonte: Wikipedia; Thiago Fragata, pós-graduando em História Cultural (DHI-UFS), sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE), membro do Grupo de Estudos História Popular do Nordeste (GEHPN); artigo reproduzido do Jornal da Cidade, Aracaju, 8 de novembro de 2008 (www.overmundo.com.br); informações sobre Theodoro Sampaio em www.hcnet.usp.br e http://biblio.etnolinguistica.org
Foto: Marco Galvão (www.overmundo.com.br)

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