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Manuel Viriato Correia Baima do Lago Filho, jornalista, contista, romancista, teatrólogo e autor de crônicas históricas e livros infanto-juvenis, nasceu em 23 de janeiro de 1884, em Pirapemas (MA), e faleceu no Rio de Janeiro, em 10 de abril de 1967.
Filho de Manuel Viriato Correia Baima e de Raimunda N. Silva Baima, ainda criança deixou a cidade natal para fazer cursos primário e secundário em São Luís. Começou a escrever aos 16 anos os seus primeiros contos e poesias. Concluídos os preparatórios, mudou-se para Recife, cuja Faculdade de Direito frequentou por três anos. Seus planos incluíam, porém, a radicação no Rio de Janeiro, e sob o pretexto de terminar o curso jurídico na metrópole, veio juntar-se à geração boêmia que marcou a intelectualidade brasileira no começo do século. Em 1903, saiu no Maranhão o seu primeiro livro de contos, "Minaretes", marcando o aparecimento de Viriato Correia como escritor. O livro não agradou a João Ribeiro, que descarregou contra ele toda a sua crítica. Considerou afetado o título, proveniente do árabe, porque uma mesquita não tem nada e comum com contos sertanejos, que foi o tema da obra.
Por interferência de Medeiros e Albuquerque, Viriato Correia obteve colocação na Gazeta de Notícias, iniciando carreira jornalística que se estenderia por longos anos e no exercício da qual seria colunista do "Correio da Manhã", do "Jornal do Brasil" e da "Folha do Dia". No ambiente das redações, em convívio com intelectuais expressivos como Alcindo Guanabara e João do Rio, encontraria incentivo para a expansão dos pendores literários já revelados. Muitas das suas obras de ficção consagradas em livro foram divulgadas pela primeira vez em páginas de periódicos.
Obteve notoriedade no campo da narrativa histórica, ombreando-se com Paulo Setúbal, que também se dedicou ao gênero. Enquanto o escritor paulista deu preferência ao romance, Viriato Correia optou pelas historietas e crônicas, com o intuito visível de atingir o leitor comum. Escreveu no gênero mais de uma dezena de títulos, entre os quais se destacam "Histórias da Nossa História" (1921), "Brasil dos Meus Avós" (1927) e "Alcovas da História" (1934). Com o objetivo de levar a história também ao público infantil, recorreu à figura do afável ancião que reunia a garotada em sua chácara para a fixação de ensinamentos escolares. As sugestivas "lições do vovô" encontram-se em livros como "História do Brasil para Crianças" (1934) e "As Belas Histórias da História do Brasil" (1948). Deixou ainda muitas obras de ficção infantil, entre elas o romance "Cazuza" (1938), um dos clássicos da nossa literatura infantil, em que descreve cenas de sua meninice.
O meio teatral, que frequentou como crítico de jornal e mais tarde como professor de história do teatro, propiciou a Viriato Correia amplo domínio das técnicas dramáticas, transformando-o num dos mais festejados e fecundos autores teatrais em sua época. Escreveu perto de 30 peças, entre dramas e comédias, que focalizam ambientes sertanejos e urbanos, vinculando-o à tradição do teatro de costumes que vem de Martins Pena e França Júnior.
Foi deputado estadual no Maranhão, em 1911; e federal pelo estado em 1927 e 1930.
Na Academia Brasileira de Letras, foi o terceiro ocupante da Cadeira 32, eleito em 14 de julho de 1938, na sucessão de Ramiz Galvão e recebido pelo acadêmico Múcio Leão em 29 de outubro de 1938.
Com seu falecimento, assumiu a Cadeira 32 Joracy Camargo, também nome de rua na Ilha.

Fonte: com informações da Academia Brasileira de Letras
Foto: Academia Brasileira de Letras



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